sábado, 28 de novembro de 2009

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Não é segredo pra ninguém que eu não gosto de escuro, mas agora nao vejo abrigo melhor. Fecho os olhos e encontro você, me iluminando, e eu peço tanto para que você esteja pensando em mim também. Queria poder ouvir agora você dizer que me ama pelo menos um terço do quanto eu amo você, e que nunca irá me deixar porque como você é pra mim, eu sou a razão do seu viver. Eu tô precisando tanto ouvir que você vai pegar a minha mão e me levar pra um lugar onde só exista nós e que nem os tormentos da grande cidade, ou até os problemas da poluição nos alcance. Não digo que quero algo como 'além do horizonte', aliás pode ser qualquer lugar, mas eu tenho que estar com você. Podem ser horas, e mesmo eu estando consciente que estarei com você amanhã, eu estava precisando disso agora, sabe?

domingo, 22 de novembro de 2009

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Queria aprender isso que você faz, de dizer "não" tão facilmente pra mim.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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Luísa tocou a campainha, e Arthur apareceu, todo elegante como sempre, acabou de sair do banho, com os cabelos molhados, o perfume no auge de seu charme, fazendo com que para Luísa ele se tornasse irresistível, mas ela não podia se desvirtuar, e para isso, disse tudo o que estava engasgado, mesmo sem explicações da sua aparição as onze horas da noite, na casa de seu namorado, sem avisos.
- Tinha uma amiga minha, ela namorava um guri, mas o namoro deles era fachada, só pra mostrar pros outros que eles namoravam e não estavam a disposição. E eu pensava, por que nem pra fachada eu consigo? Eu encontrei você Arthur, num dia de chuva, que não me permetia dizer tudo que eu precisava, e talvez por estar chovendo nossa história tem sido tão forte, porque não acho explicações. Minha vontade é de gritar por aí, "eu não tenho um namoro de fachada, não estou a disposição, muito menos meu namorado", eu tenho vontade de te trancar no meu quarto, e jogar a chave fora, a gente se perder lá dentro, se perder no tempo, no momento, se entregar, e não precisar sair, sabe? Eu precisava trancar você em algum lugar pra te sentir meu, pra saber que ninguém vai tirar você de mim e o único lugar que eu consegui te prender foi o meu coração, te tranquei tão bem e agora carrego comigo a certeza de que não sairá mais. Nem nos meus maiores sonhos eu imaginei alguém como você, pra você ter ideia, eu estava em casa e lembrei de você falando comigo, piadas, bobeiras, mas eu lembrei de você sorrindo, lembrei de como foi bom ver e sentir meu coração parar, lembrei de sentir naquele instante que eu não precisava mais que meu coração batesse, porque eu tinha seu sorriso e era isso que me fazia viver, não um mero órgão do meu inútil corpo. E eu precisei deixar meu computador ligado, pegar meu carro, atravessar dois sinais vermelhos pra chegar aqui e dizer que nada no mundo pode ser tão aconchegante quanto o seu sorriso, ou o seu abraço, ou o seu coração, que foi aonde passei a morar. Me pergunto "Meu Deus, por quê? Por que me deu tanta felicidade e deixou faltar pra tantos outros?", mas é uma felicidade tão merecida, e eu entendi agora sabe, entendi aquela frase de quem acredita sempre alcança, ou o futuro sempre guarda algo melhor, e meu Deus, quão melhor é isso? Não há palavras pra descrever como o meu acordar tem sido mais que um despertar de um pesadelo, e um acordar para um sonho, você não tem ideia do tanto que eu peço pras horas passarem pra eu poder te ver, e depois pra você ir embora, pra eu poder conseguir respirar novamente, você não tem ideia do tanto que eu me esforço pra afastar qualquer pensamento que me faça ter uma rápida visão de um futuro sem você, ou de algo que possa nos atrapalhar. Você não sabe como pra mim, tem sido muito mais fácil viver, e também não entende como a minha vida, deixou de ser minha, pra poder ser sua e eu poder me libertar do medo de não poder ser eu mesma, MEU DEUS, como eu posso amar alguém assim? Perder tempo que eu poderia estar estudando, pensando num futuro economicamente perfeito, mas não, não tem como, futuro pra mim só me lembra você, sem culturas politicas economicas, tudo pra mim é você Arthur, Tudo!
E ele só pode sorrir, por saber que isso significaria mais pra ela, do que qualquer palavra.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nem Vinte

Ele não gosta de cinema europeu. Não sabe o que é crème brulée, De La Guarda e nunca ouviu falar no filme "O filho da noiva".
Ele é estagiário, tem um carro tatuado e cheio de apetrechos esportivos, acha Frank Sinatra um velho aí, faz questão absoluta de pagar meu almoço com ticket e, sempre que eu elogio uma roupa, um acessório ou um perfume, responde sem pudor: "Foi minha mãe que me deu."
De cada cinco palavras, uma é "irado", outra é "bagulho" e as outras três podem ser intercaladas com "tipo assim" ou "se pá".
Se essa descrição me fosse feita há alguns meses, eu, que sempre defendi romances com experientes e articulados homens mais velhos, certamente riria e ignoraria tal existência, nem cogitando uma aproximação.
Mas o que seria da vida se o mundo não nos pregasse essas surpresas? Se o mundo não desmentisse nossas verdades absolutas? O mundo é divertido. E por falar em diversão, tenho andado de volta aos meus quinze anos.
Sempre defendi, eu e minhas verdades irrefutáveis, que os homens mais velhos e blá, blá, blá, eram os melhores na arte do acasalamento. Pois muito bem, fique com eles então, porque eu ando satisfeita demais para lembrar que eles existem.
Imaginem a minha felicidade ao ver um casal na mesa ao lado, discutindo incansavelmente a relação a dois, enquanto eu e meu menino discutíamos entre batata frita com catchup e batata frita com mostarda? Sendo que eu preferia a segunda opção e ele a primeira. Esse era o nosso conflito.
No fim acabamos misturando tudo porque, enquanto o mundo adulto pensa, a gente beija, um milhão de beijos para esquecer o mundo.
Ele tem um sorriso sem marcas, de uma doçura sem mágoas. Ele é limpo de dores do mundo. E ainda que isso torne a sua alegria um pouco sem profundidade, faz com que a superfície brilhe tanto que nada mais importe.
Ele anda o dia inteiro pra cá e pra lá, resolvendo seus problemas de estagiário com seu cabelo tigelinha, sua falta de pelos e o rosto mais lindo do mundo. E eu vou junto. O dia inteiro para lá e para cá, o dia inteiro pra frente e para trás enquanto ele vai, o dia inteiro disfarçando enquanto ele vem. O dia inteiro desejando que ele apareça para me dar vida, e que ele desapareça para me dar ar.
Você esqueceria qualquer gíria se prestasse atenção na boca carnuda, dura e bem desenhada que as pronuncia. Você esqueceria qualquer "não sei" se prestasse atenção em tudo que suas mãos, pernas e línguas sabem.
Você esqueceria qualquer colo maduro se prestasse atenção a quantas horas está naquele colo que nunca cansa, que nunca pára, que é tão jovem, macio e forte. Você esqueceria qualquer acalanto intelectual se tivesse suas costas e seus cabelos acariciados por horas, por mãos leves, por intenções leves, por momentos silenciosos jamais despertados por celulares, obrigações e cobranças da vida adulta. Quando a voz dele, que ainda não é grossa, que ainda não é firme, sussurra para mim tudo o que eu preciso ouvir para me sentir de novo com o meu corpo de dezoito anos, eu sei que aquela é a voz que minha alma precisava. Quando ele sorri desarmado, limitado e impotente, para todas as minhas dúvidas, inconstâncias e chatices, eu sei que é daquele sorriso que minha alma precisava.
Ele não faz muito pela minha angústia existencial, até por não saber. E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: me deixar leve. Sabe rir mole de bobeira? Sabe dançar idiota de alegria? Sabe dormir gemendo de saudade? Sabe tomar banho sorrindo para a sua pele? Sabe cantar bem alto para o mundo entender? Sabe se achar bonita mesmo de pijama e olheiras? Sabe ter ânsia de vômito segundos antes de vê-lo e ter fome de mundo segundos depois de abraçá-lo? Sabe não agüentar? Sabe sobrevoar o frio, o cinza, os medos, os erros e tudo que pode dar errado? Ele consegue fazer com que eu me perdoe por apenas viver sem questionar tanto.
Eu quero parar com tudo isso, ele é um menino que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí. E aí eu me pergunto: pra quê? Se está tão bom, se é tão simples. Ele me ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa.
É isso, sei que vocês vêm aqui para ler neuroses, mas estou de férias delas. Umas férias, tipo assim, se pá, iradas.

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Eu queria escrever palavras bonitas pra ele, cheias de sentimento e de ternura. Dizer que o amo como nunca quis amar alguém por temer parecer idiota. Que eu adoro todas as suas bobagens e quando o seu umbigo fica junto do meu. Ta, pode parecer tolice, pode ser apenas dois umbigos unidos casualmente por alguns instantes, mas é o dele no meu e isso é especial. Que sou viciada no seu sorriso e dependente do seu abraço. Queria dizer também que eu sou uma burra, uma pessoa má e que algumas vezes, daria minha vida para reparar os erros que cometo com ele. Não queria parecer ríspida ou dura, mas também não queria dar bandeira demais, mostrar que ele é tudo pra mim e que sem ele, talvez, a vida já não fizesse o menor sentido. Que tudo o que eu queria era estar perto em todos os instantes, que eu morro um pouquinho todas as vezes que o imagino com outro alguém. Que eu sonho e desejo algumas coisas que ele me diz ao pé do ouvido, quando estamos sós, embora finja que não queira nunca. Que eu queria ser gente grande, nem que fosse por alguns segundos, para poder deixá-lo orgulhoso de mim. Que nossos momentos são só nossos, e tudo, até as coisas que para ele passam despercebidas ou o faz sem querer, são para mim o máximo. Que eu me sinto como uma criança quando estou em seus braços, capaz de realizar tudo o que eu sonho e até, querer viver um conto de fadas. Que a forma como ele mexe no nariz me deixa com uma enorme vontade de colocá-lo no colo e cobri-lo de carinhos. Que ao lado dele, eu me sinto a pessoa mais protegida e feliz do universo inteiro. Que eu me sinto imensamente feliz quando deixo recadinhos para ele, sabendo que muitas outras pessoas verão e sentirão explícito o meu amor e carinho. Que eu sinto todos os dias o mesmo frio na barriga quando o vejo pela primeira vez. Que eu superaria todos os meus medos para tê-lo sempre comigo, porque o medo maior é o de perdê-lo. Que, para mim, ele não passa de um menininho pequenininho, que cabe bem em meus braços e eu tenho que protegê-lo e cuidá-lo com toda a atenção do mundo. Que, na grande maioria das vezes que eu paro e o fico observando, na verdade eu estou implorando “Olhe para mim! Leia meus olhos, sinta minha alma! Veja aqui esse coração que bate junto com o seu, que te ama de todas as formas, e todas as horas, com todas as caras! Não me abandone, não me deixe, não jogue fora isso tudo que eu tenho guardado dentro dos meus olhos e que pertence somente a você, assim como eu… Não suma, não mude, não vá embora… Apenas fique aqui, comigo, agora e sempre e aceite minha vida, meu coração, minha alma… Porque tudo, até o ar que eu preciso pra viver, é você!” E que eu o amo tanto, mas tanto, que prefiro me calar algumas vezes e guardar minhas idiotices só para mim. Porque ele também sou eu.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

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- Mas sabe o que é, menino? É que eu acredito no amor que ele tem por mim, porque eu sinto um amor que me faz acreditar. Eu nunca tive fé em nada, e ele aparece e me faz crer em tanta coisa.
- E se um dia acabar?
- Pra mim nunca vai acabar."